Escrito por - Miguel Marques
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O site GamesRadar, uma das mais conhecidas fontes de notícias relacionadas a videojogos – a nível internacional – publicou um texto que tem vindo a incomodar vários fãs de Tomb Raider. E sim, este é um artigo de opinião. E muito nos dá que comentar esta publicação. Devemos começar pelo título?
“Chloe de Uncharted é a sua nova heroína favorita dos videojogos,
desculpa, Lara Croft”
E o cabeçalho?
“Chegou a hora da assaltante de tumbas se mexer, porque Chloe tem tudo o
que se espera de uma heroína – em jogos ou de outra forma”
As duas primeiras frases de um
post que é suposto ser sobre Uncharted mencionam o principal “concorrente” –
Tomb Raider. Embora eu entenda a mensagem que a GamesRadar tentou passar com
este início, não acho que seja a forma correta de se comparar os jogos. E
piora, com o avanço na leitura.
A Lara Croft é vista, até hoje, como
a personagem feminina mais icónica dos videojogos e as primeiras linhas do
artigo sugerem que ela tem finalmente alguma concorrência e que, se não fizer
nada quanto a isso, pode ficar para trás. Até aí tudo bem, pode haver quem não
considere ataque. Mas o comboio descarrila quando os parágrafos em si começam…
“A Chloe não precisa de uma
história de origens”
“A Naughty Dog não tem medo de apresentá-la
como uma mulher”
“E eu quero dizer uma mulher real”
Estes são alguns dos subtítulos
da matéria que, o tempo todo, para elogiar uma personagem, precisa de apontar
os defeitos da outra. A grande questão é: A GamesRadar está errada?
Provavelmente não. Muitas coisas escritas por Sam Loveridge fazem sentido e
muitos podem concordar a 100% com ele. Mas é realmente necessário comparar duas
personagens diferentes e associá-las pelo simples facto de serem duas mulheres?
Porque é que quando um novo jogo protagonizado por um homem é lançado, não o comparam
com ícones masculinos dos videojogos? As personagens têm de ser avaliadas
individualmente e independentemente do género delas.
Sim, nós adoramos a Chloe, nós
adoramos Uncharted, isto não é um ataque ou um insulto ao jogo da Sony. É só um
desabafo porque vimos que o artigo que publicaram ofendeu muitos fãs –
incluindo eu.
A Lara manteve-se quase duas
décadas na indústria sem precisar de uma história de origens. Será que esse
argumento é realmente válido? E porque é que o estão a usar? Precisar de uma
história de origens é um defeito? Acho que só traz mais camadas à personagem e
só enriquece a história. Se, por outro lado, estão a criticar o facto da história da
Lara ter mudado ao longo dos anos e a sua biografia ter sido alterada, a Chloe
não devia ser um exemplo, porque só existe em 3 jogos e só é protagonista num deles. Um jogo que por pouco não foi apenas uma expansão de Uncharted 4. A Lara
Croft foi criada em 1996, quando os jogos quase nem tinham uma narrativa. Não
se dava valor a estas coisas. A Lara viu a tecnologia evoluir e é óbvio que ela
precisou de sofrer mudanças também.
Sim, o cabelo dela está sempre
perfeito enquanto ela passa por situações inimagináveis, mas isto é um problema
gráfico, eu não o apontaria como uma forma de tornar a Lara numa personagem
menos realista, como assumem no artigo. Quem sabe no próximo jogo isso melhore, afinal até cabelo
molhado conseguiram fazer em Rise of the Tomb Raider, isto há 2 anos atrás,
caso se tenham esquecido. E não se enganem, a tecnologia evolui muito rápido
hoje em dia. É óbvio que um jogo de 2017 vai ter mais detalhes do que um jogo
de 2015, como o cabelo colado na cara com a transpiração vs. O cabelo sempre
limpo e perfeitamente penteado – aspeto criticado pela GamesRadar.
E sim, a Lara perdeu muita
personalidade com o novo reboot. Mas quem nos garante que a Chloe, com 20 anos,
tinha todo o seu carisma, toda a sua confiança, toda a sua atitude e
personalidade? Mais uma vez: São duas personagens diferentes que NÃO PODEM ser
comparadas só por serem do mesmo sexo - o feminino. Se a Naughty Dog não teve problemas
em fazer a Chloe chorar em certas cenas do The Lost Legacy, a Crystal Dynamics
também não censurou as feridas expostas na Lara, os gritos de agonia,
desespero, dor, os sorrisos, as lágrimas, etc. São ambas retratadas com vulnerabilidade
SIM e como seres humanos SIM, aliás essa é a sinopse do reboot de Tomb Raider:
A Lara foi humanizada.
Acho um pouco triste que para
divulgar um jogo tenham de tentar fazer outros parecerem inferiores em vez de
mostrar o brilho próprio do novo projeto. Realmente, têm aparecido cada vez mais personagens femininas nos jogos, mas isso é motivo para as outras personagens femininas se sentirem ameaçadas? Como se só houvesse lugar para uma protagonista mulher no mundo dos jogos. Mais uma vez: Acho ridículo. Não há este tipo de discussões em relação aos homens, entendem?
Mas quero muito saber o que vocês, outros fãs, acham. Também se sentiram minimamente incomodados com o artigo da GamesRadar? Para quem não sabe, a página oficial do Facebook da Revista Playstation do Reino Unido compartilhou esta publicação com a descrição: “Mexe-te, Tomb Raider”.
Mas quero muito saber o que vocês, outros fãs, acham. Também se sentiram minimamente incomodados com o artigo da GamesRadar? Para quem não sabe, a página oficial do Facebook da Revista Playstation do Reino Unido compartilhou esta publicação com a descrição: “Mexe-te, Tomb Raider”.
No próximo artigo de opinião:
Vamos discutir a opinião dos fãs sobre Alicia Vikander como Lara Croft no
próximo filme de Tomb Raider.
Para não perderem nenhuma
notícia, já sabem, fiquem atentos ao LARA CROFT PT e sigam-nos nas redes
sociais! A Gamescom, o maior evento de jogos da Europa, está a chegar e, quem
sabe, podemos ter alguma notícia do universo Tomb Raider. Não percam nada!
- Vídeo especial 3 ANOS DE LCPT - Compilação de artes exclusivas;
- Entrevista em vídeo com Judith Gibbins, a voz da Lara Croft no Tomb Raider 2 e 3;
- A primeira história interativa de Tomb Raider - Fan Fic 'O Extraordinário';
- Vídeo mega especial, em comemoração aos 20 anos de Tomb Raider.
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