Hoje trazemos para o LARA CROFT
PT um artigo recente que gerou alguma polémica na comunidade. Foi escrito, em
inglês, por Doc Burford, e publicado originalmente no site Kotaku. Podem agora
lê-lo em português! Devemos salientar que este artigo não foi escrito por
ninguém do LARA CROFT PT, mas é um ponto de vista interessante a conhecer.
Segue abaixo o artigo.
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Lara Croft é a pior parte de Rise of the Tomb Raider
Rise of the Tomb Raider é o melhor jogo de ação e aventura desta
geração, um jogo que, sem esforço, balança um ótimo gameplay com puzzles que
parecem mais naturais do que artificiais. Como se não bastasse, os níveis são
impressionantes, a exploração é uma explosão, e o jogo é ótimo em incentivar
uma sensação de realização. Só há um problema: A Lara Croft é chata.
Eu esperava que Uncharted 4 fosse impressionante. Em vez
disso eu aborreci-me, voltei para o Doom,
e não olhei para trás até há umas semanas, quando peguei no Uncharted: The Nathan Drake Collection e
comecei a jogar o primeiro Uncharted. Não sou realmente fã de nenhum dos jogos da Naughty Dog – os inimigos deles
sofrem com o pecado capital do design de inimigos, as armas deles são chatas,
os encontros confiam demais em ondas de inimigos, as arenas de combate
raramente são interessantes, e os jogos usam demasiadas oportunidades para
controlar a câmara, fazerem-vos olhar para coisas para vos surpreender, em vez
de simplesmente vos deixarem jogar. Mas sabem que mais? O Nathan Drake é fixe.
Eu desejava que a Lara Croft fosse fixe.
Tomb Raider e Rise of the
Tomb Raider sofrem os dois do problema de Tudo É Sério O Tempo Todo, a
própria Lara é tão séria que o Joker do Heath Ledger poderia provavelmente escrever
a sua tese de doutoramento a examinar o porquê. Ambos os jogos Tomb Raider
apresentam-se como histórias de origens, com a Lara como alguém a enfrentar-se
como sendo uma sobrevivente e a fazer coisas fixes.
O problema é que tudo é tipo
implacavelmente horrível. A Lara seria esfaqueada na garganta e começaria a
arfar como uma protagonista de uma tortura porno. Ela acordaria numa piscina de
sangue e corpos e (compreensível) desesperar-se-ia. Tomb Raider teve algum desenvolvimento de personagem – há um
momento onde ela prepara o seu arco e é tudo “Preparem-se para mim,” e o
momento em que ela empunha as suas pistolas duplas no final de Tomb Raider, senti-o como uma recompensa
tão satisfatória que Rise of the Tomb
Raider foi uma decepção nesse aspecto.
Embora a Lara esteja certamente
mais confiante, ela nunca se sente realmente pronta para chutar o traseiro de
alguém. Ela faz saltos que eu, como um ser humano mortal, nunca tentaria, ela
escala falésias que assustariam até o Batman, mas quando se trata de diálogo e
outras coisas, ela parece ter apenas uma velocidade que nunca, jamais, muda, e
ela está tão obcecada com o seu pai – que nós nunca conhecemos e, portanto, não
temos ideia do porquê de ela se importar - e o legado dele, que ela nunca se sente como
se não possuísse nada.
Ela nunca brinca, nunca ri e diz “Uau,
haha, não acredito que sobrevivi a isto.” Indiana Jones era fixe, em parte, porque
ele tinha senso de humor; onde está o momento “Dispara para o gajo com a espada”
de Rise of the Tomb Raider? Claro, existem
muitos gajos com espadas contra quem disparar, mas nunca tem outro efeito além
de “oh não, mais um perigo para vencer.”
Rise of the Tomb Raider age como uma montanha russa, mas o teor
emocional é tão rigidamente consistente durante todo o jogo, que é como uma
montanha russa numa pista que não tem picos ou depressões. A narrativa
apresenta uma espécie de intensidade branda do começo ao fim, pontuando
ocasionalmente por momentos de tragédia ou de susto.
E é por isso que não me consigo
ligar a esta versão da Lara Croft, e porque eu gostei tanto da versão anterior,
ainda que Rise seja um jogo mecanicamente muito superior. Eu não me relaciono
com ela de forma nenhuma. Ela é uma pessoa chata; não há nada para se conectar
ou relacionar. Eu não conheço o pai dela, então eu não sei porque é que ela
está obcecada com o legado dele, além de saber que “ele é o pai dela,” o que
não significa nada para mim. Este é um problema comum em histórias conhecido
como “empatia assumida.” A boa ficção prova porque nos devemos importar; a má ficção
assume que nós nos importamos.
Até a Angelina Jolie foi uma
melhor Lara Croft do que esta, e ela teve de trabalhar com uma história
horrível, mas pelo menos a Lara dela era fixe em algumas situações,
inteligente, mesmo sob pressão, genuinamente apavorada, quando as coisas
apavorantes aconteciam, e assim por diante. Eu podia relacionar-me com e
admirar aquela Lara Croft, porque ela era significativamente mais humana do que
a da versão maçante de Rise of the Tomb
Raider.
Rise of the Tomb Raider não é mau
porque o que está lá é mau, é chato porque isso é tudo que existe lá. A Lara é
uma boa pessoa que faz coisas assustadoras e está tipo “Não te preocupes, vou
ajudar-te,” mas nunca há uma arrogante sobrancelha inclinada ou uma piada ou
qualquer outra coisa. Para um jogo ser uma montanha russa, ele tem que ser uma
montanha russa emocionante. Todos os momentos dramáticos do mundo não são nada
se a protagonista reage precisamente de uma maneira.
Eu estou animado para jogar os
novos modos de zombies este outono. Rise
of the Tomb Raider é genuinamente um dos melhores jogos de ação e aventura
já feitos, e eu não posso esperar por ainda mais fãs serem capazes de jogar,
mas eu estou cansado desta versão da Lara. Onde está a confiança? Onde está a
arrogância? Onde está apenas um momento de humor?
Adicionem isso, e os jogos de Tomb Raider serão finalmente perfeitos.
COMPLETAMENTE FORA DE TÓPICO, MAS
PORQUE É QUE LITERALMENTE TODOS OS NPC SÃO UMA CABEÇA INTEIRA MAIS ALTOS DO QUE
A LARA?
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Há muito para refletir neste
artigo. Queremos saber a vossa opinião. Concordam? Não concordam? Concordam em
parte? Contem-nos tudo! E fiquem atentos ao LARA CROFT PT para muito conteúdo
exclusivo!
Original: Kotaku
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