10 de setembro de 2018

ANÁLISE | Shadow of the Tomb Raider


«Torna-te na Tomb Raider»

O fim do início chegou. Shadow of the Tomb Raider é o jogo que encerra a trilogia que conta a história da origem da Lara Croft, a famosa arqueóloga e salteadora de túmulos. Depois de, em abril, termos sido convidados pela Crystal Dynamics para o evento de imprensa em Los Angeles e termos tido a oportunidade de estar entre as primeiras pessoas do mundo a ver e testar o Shadow, a Square Enix ainda nos disponibilizou o jogo gratuitamente quase duas semanas antes do seu lançamento. Hoje, os fãs podem ficar a conhecer a nossa opinião completa (sem spoilers).


A Lara Croft está mais madura e experiente, mas isso não significa que ela já saiba fazer tudo. De facto, logo no prólogo, na ilha de Cozumel, um erro fá-la desencadear o apocalipse e toda a sua jornada é uma tentativa de impedir a tragédia. Desengane-se quem acha que este Tomb Raider é um jogo de tiro em terceira pessoa. Este é o capítulo com menos combate da trilogia, já que o foco dos produtores foi, desta vez, a exploração e os puzzles. Não deixa de ser estranho ver a personagem a passear e socializar enquanto o fim do mundo está, literalmente, a chegar.

Noventa por cento do jogo é passado no Peru, na Floresta Amazónica. A variedade dos cenários é aceitável, tendo em conta que são apenas três os hubs. As paisagens são de tirar o fôlego, mesmo com os gráficos inconstantes. Paititi, a cidade escondida, é a maior área que um jogo Tomb Raider já teve para ser explorada. Ao fim de algumas horas torna-se cansativo e repetitivo voltar sempre ao mesmo lugar após uma missão principal na história, e de lá partir para alcançar a próxima. Por falar em missões, há também recrutadores ao longo de todo o jogo, que nos dão tarefas secundárias em troca de recompensas raramente proveitosas. 


O conteúdo opcional é agora maior e melhor. Há mais túmulos e criptas, colecionáveis e áreas escondidas. Shadow of the Tomb Raider é um RPG mundo aberto sem o assumir. Para jogo linear de ação e aventura, faz muito. Para jogo RPG mundo aberto, não é suficiente. É o mais difícil da série reboot, mas ainda peca pela falta de inovação, como o seu antecessor. A Lara tem algumas novas habilidades, mas várias terá de reaprender, forçando o jogador, nalguns casos, a comprar a mesma habilidade três vezes, em três jogos distintos.

Há um novo sistema de venda e compra, que não é muito desafiador, já que os recursos são demasiado abundantes no ambiente e vendê-los dá facilmente ao jogador dinheiro suficiente para comprar todos os itens. Outro problema que a excessiva disponibilização de recursos traz é o upgrade instantâneo das armas. Basta conseguir um novo arco, pistola, caçadeira ou rifle, que Lara consegue evolui-los ao máximo de uma só vez, especialmente se o jogador for muito explorador.


Os puzzles são mais complexos e variados. Nem todos são para usar uma flecha com corda e puxar algo, como acontecia frequentemente no jogo anterior. Agora há também armadilhas e inimigos dentro dos túmulos. Lara continua a servir-se da física e dos elementos naturais para desimpedir ou criar o caminho para o ponto importante do templo, mas também há puzzles com alavancas e enigmas, que têm aquele gosto clássico.

A imersão que a trilha e os efeitos sonoros trazem é a melhor dos três jogos, há momentos em que não sabemos o que é música e o que são sons do ambiente. Especialmente nos túmulos escuros e soterrados, a experiência sonora do jogo é incrível, mesmo sem ter grandes temas.

A história é o ponto mais fraco do jogo. Não acontece muita coisa na narrativa desde o momento em que Lara desencadeia o apocalipse até ao momento do desfecho final, que também não é muito satisfatório. Sim, existe um crescimento na personagem, mas o final não é convincente. Ela «torna-se na Tomb Raider», sim, mas bastava colocarem esse subtítulo no jogo anterior que o resultado seria mais ou menos o mesmo. As personagens são mais bem desenvolvidas e, desta vez, os companheiros de aventura são mais prestativos.


Há momentos emocionantes, há momentos de cortar a respiração, momentos de fazer o queixo cair, mas, no que toca à história em si, não há muito para ser dito. Sente-se falta das reviravoltas e revelações. Fazer referências aos jogos clássicos não chega, se estas forem totalmente escusadas e desconectadas da narrativa. Não falo de Easter Eggs, mas antes de momentos chave na história. Parece um caminho fácil, mexer com a nostalgia dos fãs para nos dar a sensação de «dever cumprido».

Shadow of the Tomb Raider é um jogo divertido, que vale muito a pena. No final de contas, é isso que importa. Há muitas e muitas horas de gameplay, se ambicionarem os cem por cento. Certas partes deste jogo vão tornar-se as favoritas de muitos fãs. Esta é a melhor Lara Croft dos últimos anos, e isso é algo que todos vão querer testemunhar.

Miguel Marques | LARA CROFT PT

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